quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Purificação

Não nos procure mais, estamos mortos
Eu, a mulher sonhadora pela qual você se apaixonou um dia
O filho que tentamos, mas nunca foi fecundado
A casa no campo muito maior que nossas contas bancária poderiam suportar
Já morremos, acabamos
Sobrou de mim uma senhora pragmática cuidando de muitas vidas, menos da sua
Sobraram fotos de piadas que você esqueceu e eu já não acho graça
Ficaram os amigos em comum, divididos entre a velha triste e o jovem senhor animado
Ficou um terreno estéril de onde nada mais virá
Não venha nos dizer adeus
Eu, o apartamento no centro da cidade, o cachorro manco, os vinhos guardados... envelhecemos todos esperando uma grande celebração, um dia ao sol, uma alegria plena e um lugar nos seus sonhos
Talvez estejamos mesmo melhor sem você
Mais dignos, com um olhar endurecido menos desconfortável que os ares de pedinte de outrora
Vá, viva o que lhe resta do seu corpo encarquilhado queimado de sol
Gaste dinheiro com novas flores
Corra o que lhe permite o doutor
E, por favor, se esqueça de tudo até o fim
Até que o tempo apague as mais formais recordações de que um dia estivemos juntos
e cometemos o ato ridículo de sonhar em sermos felizes

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Independência com vassouras


Na última terça-feira, minha faxineira me deu o bolo. Marcou, não apareceu, não ligou nem atendeu meus telefonemas. Ultimamente, achei que ela andava de má vontade comigo. Não fazia mais graça, reclama um pouco do serviço, enfim, com o bolo desisti e resolvi arrumar outra. 
Liguei pro meu amigo que tem uma faxineira ótima, levemente sonsa e que cobra barato. Como era de se esperar, ela não tem vaga. Segunda tentativa, conversei com uma faxineira que, claramente, não quer trabalhar. Falou que era pouco o que eu ofereci, falou que não faz isso, não faz aquilo, perguntou quantas malas minhas roupas pra passar dariam. Como eu não estou afim de converter baldes de roupa limpa em mala, desisti de convencê-la a fazer uma faxina. Falei com mais meio mundo de gente, mas nenhuma possibilidade apareceu ainda.
Aí o espírito da super mulher que faz release, abençoa casamentos,  debate com médicos, instala internet, conserta roupas e mais algumas proezas, resolvi limpar a casa eu mesma. Descobri que meu sistema imunológico está incrível, minhas células de defesa montaram fortalezas no meu corpo. Com esse clima seco do Cerrado e a falta de uma vassoura por semanas, é inacreditável eu não ter ficado ao menos resfriada com o tanto de poeira acumulada. 
Varri, passei pano, separei lixo, troquei roupa de cama, lavei varanda e só não ponho roupa na máquina pra lavar porque: 1 - não tem espaço pra guardar roupa limpa; 2 - já é quase meia noite (fazer faxina sob a luz do sol é pedir demais pra uma notívaga); 3 - animação pra passar roupa é outro estágio de vida que ainda não alcancei. 
Agora, com a casa limpa, vem o cheirinho de limpeza e a satisfação de um trabalho bem feito, né? Não!
Espírito de Amélia eu não recebo. Mesmo bem disposta, eu mesma jamais me contrataria pra faxineira. Apesar de limpo, meu chão não ficou radiante como merece. Sobrou sujeira nos cantos que não consegui tirar com a vassoura. Ainda não limpei a cozinha e quero chorar só de olhar pra lá. Amanhã procuro minha faxineira com flores na mão, peço perdão por qualquer ofensa, dobro seu salário e canto: "Não me abandone jamais!"

domingo, 28 de agosto de 2011

Ressaca


Depois de toda a rejeição, dramas exagerados e afetos não compatíveis, ela lhe escreveu uma carta definitiva:

"Espero que você encontre o amor e seja feliz. Uma vida assim, sem amor, é muito triste e não desejo isso nem para você, que me abandonou." 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Soprando a poeira

Oi, eu sou a Agatha e tem quase 4 meses que não escrevia nesse blog. Muita coisa aconteceu nesse meio tempo. Viajei para a Cidade de Goiás (que é pertinho de Goiânia) para trabalhar na assessoria de imprensa do 13º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental - Fica, um dos eventos mais importantes e bacanas desse estado e, quiça, desse país e desse mundo. Considero o ponto alto da minha carreira jornalística, e o irônico é que fiquei mais famosa por um divertimento que, infelizmente, nem cometi. Alguém muito parecida comigo beijou um índio ganhador do Festival, o fato foi fotografado e testemunhas afirmam com veemência que era eu. Não era. Estou pensando em ir atrás desse cineasta para acertar nossas contas, talvez seja melhor eu fazer jus à fama.
Equipe de Imprensa do XIII Fica


Depois do Festival, voltei correndo pra Goiânia pra dançar no Wardah Festival, espetáculo lindíssimo de danças árabes promovido pela minha professora de dança do ventre, Natália Barreto. Deu tudo certo, estava tudo lindo, fui prestigiadíssima por um público recorde, mais uma vez comprovei como é bom dançar!
Camarim do Avançado, dá licença.

E depois do Wardah, completei 30 anos, viajei para o Peru, tive visões, voltei pra casa, assinei internet em busca de dignidade, tiveram visões comigo, preguei meus adesivos de parede e agora estou desbravando o interior de Goiás viajando a trabalho. Três amigas minhas estão de casamento marcado. Não vou pensar nisso agora. Hoje criei uma mini vergonha da cara e fui fazer caminhada/cooper/corridinhamarota, mas Belinha tá gorda e não é mais tão jovem, então não acompanhou meu incrível ânimo de suar a camisa. Preciso reabilitar Belinha para o atletismo, correr sem ela não tem a mesma graça e não ganho nem metade da simpatia dos rapazes que sorriem para cachorros (uón).

Estou com grandes planos, grandes sonhos, com pressa tentando manter a calma e a serenidade. Nesse mês de poeira, só um bom umidicador pra conseguir dormir em Goiânia. Amanhã vou pra Anápolis, que é aqui do lado, espero voltar a tempo e com ânimo de fazer outra caminhada/cooper/oqueder.



quinta-feira, 5 de maio de 2011

5 de maio

Acordei hoje um uma saudade imensa, mas sem direção certa. Talvez tenha encontrado alguém querido nos sonhos e, no despertar, me fugiu a memória e ficou a falta. Talvez esteja com saudades daqueles dias de glória, quando tive o que precisava, ou da daqela esperança boba e bonita de uns dias atrás. Mas pode ser tudo junto. Saudade de beijo, desejo, de praia, luar, vento nos cabelos, caminhar ao sol, dinheiro pra gastar, suor, sussurro e daquela animação frenética das boas surpresas. Andando numa estrada segura, ainda me falta levitar.

terça-feira, 22 de março de 2011

Luzia e os Dragões de Komodo

É como pegar um texto de alguém que eu conhecia, mas perdi o contato. Achei por acaso esse texto meu, que mandei para mim mesma (faço isso para não perder arquivos, uma fé cega no gmail). Tem quase 5 anos. Mesmo que eu não tenha virado uma grande escritora até agora, posso ver que mudei muito. Acredito que escreva melhor, que tenha mais fé, que veja mais beleza no cotidiano, embora escreva menos e nunca mais tenha criado um título tão legal. Vou aproveitar a descoberta de um email antigo (o novo páginas de papel amareladas) e publicar aqui, com o compromisso ético de não alterar nada, nem os erros de concordância. Vai aí:


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Agatha Couto <agathacouto@gmail.com>
Data: 31 de agosto de 2006 16:45
Assunto: Luzia e os dragões de komodo
Para: agathacouto@gmail.com

Dia novo, emprego velho. No meio da poeira do escritório em reforma, Luzia se sentia mofando. Sentia a poeira das paredes derrubadas como partículas da sua pele se desintegrando. Poderia jurar que seus pés criavam raízes do chão naquele momento. Raízes grossas que perfuravam o chão e atrapalhavam o preguiçoso início de expediente no andar de baixo. Imaginou as raízes surgindo do teto e enroscando nas mesas, cadeiras, ofícios, planilhas, grampeadores e funcionários, que nem se incomodavam com a intromissão. Foi acordava do devaneio pelo "bom dia" gritado do Doutor Lustrosa, seu chefe há dez anos, chefe de toda a empresa há três dias. As paredes derrubadas eram o primeiro sinal dos grandes planos que tinham convencido o Armandinho, herdeiro mimado que não queria trabalhar, a lhe dar a presidência.

Luzia fez cara de desdém, respondeu bom dia mal movendo os lábios e entregou a agenda do dia e recados. O chefe saiu e se trancou no seu escritório, lugar paradisíaco com paredes e ar condicionado. "Selva, selva, selva!", Luzia pensava em fugir, viver com os macacos, caçar, lutar com feras, dormir nas árvores. Mas levantou e foi pegar uma xícara de café e um chocolate para agüentar o dia inteiro que tinha pela frente.


Carpete

Terminamos por aqui
Eu sinto muito
Porque não te quero mais assim, tão pouco
Você me faz bem e me dá conforto
Mas eu preciso de alguém que me incomode
Que me transborde os poros
E me tenha como vício
Ou que não se importe
Pra eu lembrar do que realmente preciso
Pra me mostrar que essa sala com carpete não nos leva ao quarto nem à saída de emergência
Você nem me promete as emoções que mereço
Não há descida ou subida nesse nosso dia morno
E quem foi que derrubou as pontes e fez esse muro de proteção?
Não sei, isso agora nem importa
Porque está tudo tão bem que só me resta uma bomba
Um rompimento brutal e doloroso
Pra libertar nossas asas, arrancar a grama e liberar nosso grito mais proffundo
Essa máscara envelhecida de gente civilizada não convence mais
Somos animais no cio

sexta-feira, 11 de março de 2011

Os transtornos passam, os benefícios ficam.

Quer uma dica valiosa sobre reforma? Não faça. É só isso. Não faça reformas, nunca. A não ser que você tenha uma vida muito vazia, tenha muito dinheiro e queira algo para sofrer. Siga meu conselho: não faça reforma. Sua casa é velha? More nela o máximo que puder. Quando as paredes não aguentarem mais, imploda a casa, faça um estacionamento e fique rico.

Seu apartamento é velho? Espere uma alta do mercado, venda e compre um novo, mesmo que seja menor. Vai valer a pena. Você pode achar um exagero e o meu exemplo não é dos mais dramáticos. Pois vamos pensar em alguém com uma vida fantástica: Jennifer Aniston, a eterna Rachel de Friends.


Voltemos um pouco no passado de Jennifer: bonita, milionária, famosa, dona do cabelo mais bonito de Hollywood (não esse da foto), um corpo maravilhoso, 1 milhão de dólares a cada episódio da série. Aí ela se apaixona e casa com quem? Quem? Brad Pitt. Meu Deus! Brad Pitt! Com dinheiro, fama e beleza, o que poderia atrapalhar esse cenário dos sonhos?

Reforma. Não uma, mas várias. Brad, antes de ter tantos filhos para cuidar e uma esposa mais sexy symbol ainda pra se preocupar, tinha uma mania insuportável de reformar suas muitas mansões. Então, imagine Jen (apelido carinhoso para resumir) chegando em casa depois de um dia exaustivo de gravações, comerciais e bajulações. O mestre de obras vem e fala:

_Dona Jennifer, tem que comprar mais três caixas do revestimento de ouro do banheiro do terceiro andar.
Ela vira e fala que isso é problema de Brad, mas ele está em algum país distante gravando o próximo sucesso de bilhereria. Ou, caso tenha alguém pra cuidar disso (o que é provável), Jen não podia andar de calcinha pela casa, porque sempre tinha um seu Zé quebrando uma parede, ou a coitada não podia nem se afeiçoar às mansões, já que elas viviam sendo montadas e remontadas pela fúria reformista de Brad. A mania de reformas, dizem os fofoqueiros de Hollywood, desgastou a relação dos dois muito antes de surgir o furação Jolie na vida de Brad.

Por isso, amigos, muito cuidado com reformas. Todos aqueles clichês são verdade. O orçamento estoura, o prazo final é sempre adiado e, no final, você considera seriamente morar no reboco, sem pia nem chuveiro elétrico, só para acabar logo com a obra. 

Sobre a minha reforma, perdi totalmente a esperança de que um dia termine. Belinha, a cachorrinha que eu costumava criar, está hospedada com um cuidador há mais de um mês. A dívida passa de trezentos reais e eu não tenho como pagar. Se ela valesse isso, eu vendia. Mas como não vale, vou ter que pagar e resgatar a bichinha antes que o cuidador me processe por calote e abandono de incapaz. Talvez meu apartamento fique pronto antes da decisão judicial.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Emagreça agora e só comece a malhar em 2014!

(eu juro, juro que sei falar de outra coisa que não seja malhação, juro! Qualquer dia aí consigo provar!)

Uma idéia meio maluca, mas.. já pensou? Se a gente pudesse mudar de vida AGORA e pagar a prazo?
Por exemplo: você precisa de um fogão e não tem dinheiro. Então você vai lá, pega o fogão e paga um pouquinho todo mês. Um dia, você pagou tudo e o fogão é seu por direito! Se não pagar, alguém vai lá e te toma o fogão (vamos esquecer do Serasa e SPC, fiquemos simples).
Então eu podia emagrecer e ficar gostosa hoje e ir pagando todo mês, aos poucos. Malhando e comendo pouco pra não perder um bem tão precioso quanto um corpo bonito.
Sim, é claro que se eu malhar e comer pouco por X meses/anos/séculos vou conseguir. E estou tentando. Mas acaba que esse aos poucos vai parecendo nunca. Uma amiga fez uma lipo. Foi caro, sofreu, chorou, se perguntou porque fez aquilo. Mas hoje tem muito mais disposição de malhar pra manter o corpo que tem e não quer de jeito nenhum perder. É differente de malhar pra atingir um estado que sabe-se lá se é mesmo possível. Nunca estive lá, não sei como é. Em um dia de tanto cansaço como hoje, depois de enfrentar 45 minutos de ergometria pesada e pensar que tenho que fazer isso pelo resto da minha vida, começo a sonhar com um sistema menos cruel e mais acessível aos reles mortais.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Comer, dançar e morar


Recomendo que você faça algo que te dá prazer e faça só por isso. A dança do ventre pra mim e a capoeira para o meu irmão, por exemplo. Pode até ser que você gaste tempo e dinheiro demais, que receba críticas injustas e conselhos sobre outra atividade mais benéfica, cool ou modinha. Mas fazer algo com brilho nos olhos, ficar encantada/o, ter aquela empolgação estranha lá no fundo, frio na barriga... Como você aceita viver sem isso?

Por falar em dança do ventre, sabia que é bom pra curar cólica, prisão de ventre e dor de estômago? Juro por Deus. Experiência própria.

* (falta uma foto aqui da varanda que eu deixei)
Essas semanas têm sido difíceis e confusas e não tô me desculpando por não ter escrito aqui nem reclamando. Estou só contando as novidades. Saí do ap que morava no Setor Bela Vista e, enquanto meu palácio não fica pronto, estou morando na casa da minha mãe. Tem sido bom, ótimo, ruim e horrível, dependendo do que, de quem, de que hora e do meu cansaço. Estar com a família, ótimo. Comida pronta, casa arrumada, fantástico. Cheiro de banheiro dos outros, horrível. Em 2 anos e meio morando sozinha, impossível não ter enjoeiras e manias que batem de frente com a coletividade. Mas agora o cansaço da mudança está passando e posso aproveitar as delícias da vida em família. Afinal, eu não gosto de morar sozinha, ou gosto?

sábado, 15 de janeiro de 2011

Back to fitness

Cumprindo uma resolução de ano novo bem clichê, porém muito linda nessa vida, voltei a malhar. Me matriculei, enchi o peito de coragem e vesti minhas roupinhas puídas de tanto vai e volta da academia. Se passar de seis meses, monto um guardarroupa fashion fitness, mas, no momento, isso não importa muito. Na hora de montar a ficha, a espertalhona aqui sempre impressiona os instrutores por discutir de igual pra igual as vantagens do triceps no pulley ou testa, adução, abdução e um monte de outros nomes pros músculos despreparados do meu corpo. E, naturalmente, fico me sentindo um tantinho superior àqueles inicantes que quase choram quando tentam ler uma ficha. Outro motivo da minha imaginária superiodidade é que tenho uma certa facilidade e, como não estava de todo sedentária, encaro numa boa a puxação de ferro e sou capaz de pegar um pouco mais de peso (meu corpo, infelizmente, tem essa tendência de pegar peso).
Mas... no meio do caminho tem uma pedra, tem uma pedra no meio do caminho. E se chama "força lombar". No primeiro dia, o instrutor me passou um agachamento x porque "você não tem força lombar". Ora, ora, como não tenho? Vou provar que tenho sim. Fui lá fazer o exercício que usa essa tal força e... Bem, amigos, não tenho mesmo. Quase morri pra completar a série. Não era cansaço do dia. Na segunda tentativa, o mesmo desempenho vergonhoso.
Tem sido tão difícil fazer uma flexão lombar que me pergunto como vivi todos esses anos com esse músculo praticamente sem força. Como consegui dançar, rebobar, andar ou olhar pra trás virando o corpo? É tão difícil exercitar esse músculo na academia que me pergunto como ele sobreviveu esquecido no meu corpo, sem uma tarefa importante pra fazer.
Queridos leitores, bem vos digo, desenvolvam sua força lombar. Dores nas costas, espinhela caída, falta de postura, insônia, falta de emprego, zica... desconfio que tudo vem da falta de força lombar. É por puro assombro com minha incapacidade que vou insistir no exercício. Imagino que minha vida vai mudar com minha fortifficação lombar. Sigam o caminho da luz, amém!


(pra quem não tá cansado do papo fitness)
Então... Com a graça de nosso senhor, exercitar meu corpo também exercita a mente e venho pensando nesse corpo que chamamos humano. E acho que há uma clara desconexão entre o classe média way of life e o nosso organismo. Se passarmos um tempo apenas vivendo normalmente (trabalhando, comendo, dormindo, saindo de vez em quando, arriscando umas caminhadas aqui e ali, com o diferencial que faço Dança do Ventre uma vez por semana), o corpo vai amolecendo por fora e endurecendo as articulações, tornando tudo flácido e entrevado. Meu estilo de vida não exige do meu corpo sua real necessidade e isso cria vários problemas com o tempo.
Então, qual seria o estilo de vida ideal para não precisar nunca de uma academia? Montanheses sem eletricidade que comem o que plantam e caçam e vão buscar água todo dia no rio lá embaixo? Senegaleses que fogem dos leões para sobreviver? Guerrilheiros da selva? Dançarinos de axé em turnê o ano inteiro?
Olha, porque é meio chato lembrar que sua vida confortável de carro, escada rolante, sofá macio e restaurante por quilo deixa seu corpo decrépito. Não é injusto que todas as benesses que vieram facilitar a nossa vida acabem nos deixando feios e doentes? É claro, tem a alimentação, a cultura e muito mais coisas entre o céu e a Terra, mas, na verdade..  não seria mais legal um corpo que não precisasse de tanto ajuste? Se rolar um programa de Avatar na vida real, sou uma séria candidata.