quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Pedidos de Natal para uma quarta-feira

* Delivery do meu leite de soja com maquininha de cartão de débito
* Casa auto-limpante
* Confort food que não engorda
* Colo da mamãe
* Um filho, um marido, sei lá... outra vida
* Mais esperança no futuro
* Determinação em cápsulas
* Vento aqui na sala ou internet lá no vento
* Delete das memórias ruins que andam me assombrando
* Tecla sap pros sonhos
* Conversar com a Lídia
* Uma companhia pra um vinho na varanda

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Bem-humorada e mais magra ou mais magra e, consequentemente. bem-humorada? Não sei, mas também não importa. Até no trabalho, já estou em clima de carnaval. Não pela folia, mas pelo relax. Meu horóscopo falou que não estou dando as cartas neste momento, então tá bom. Senta, respira e aproveita a vista. Ok, ok!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

De terça pra quarta-feira

mas aí vem a vida. e você se vê no tal momento em que não sabe como fez tanta coisa errada, não sabe como chegou a esse ponto e sabe que tem que mudar, mas não consegue levantar pra ir pegar um copo d'água enquanto sua boca amarga. você até ligaria pra mais amigos pedindo socorro, se não achasse ridículo fazer isso de novo, depois que todo mundo ficou aliviado quando aquela fase ruim passou e você parecia, oh meu deus, tão bem!

mas tem dias, tem fases lunares, tem hormônios e tem um monte de coisa que você não sabe lidar. Tem a idade dos documentos que não combina com a do seu cérebro. Tem a sensação de cansaço. E mesmo sabendo que é você que faz seu mundo girar, queria que alguém viesse te resgatar.

e esses dias você se permite odiar o filho da puta que partiu seu coração e pisou no restinho de fé que você tinha na magia do amor. você não pode se culpar por não ter sido brilhante hoje. por não ser forte. e se desculpa de não ter saído, mas você só quis poupar seus amigos desse drama todo. hoje você não ia conseguir rir de verdade. e você sabe muito bem o valor de um sorriso de verdade, de uma gargalhada, da barriga doendo quando a graça nunca termina.

você não foi no supermercado e nem na padaria, que é do lado. Não é sua culpa que a outra padaria não tinha pão integral. Você fez os exames que o doutor pediu e lavou a louça. Não piorou a situação no trabalho e não comeu nada de errado. Então tá tudo bem, foi só um dia ruim.

vá escovar os dentes e reconheça as dádivas que tem. o amor da sua mãe que nunca falha. o telefonema inesperado de quem você achou que não se importava. a ajuda preciosa da sua melhor amiga. os olhos sábios e o carinho da que chamam de irracional. a cama grande que vai te acolher e a capacidade de sonhar, mesmo que não seja agora.

boa noite!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

De luz e de sombra

Quando Miguel Torremolinos quase matou Lorraine Feitosa, todos concluíram o óbvio e ficaram aliviados quando ele saiu da cidade. Mas a verdadeira história foi conhecida apenas por uma pessoa além do quase assassino e sua vítima.
Quando souberam do crime, a memória daquele janeiro há dois anos estava muito viva. Lorraine Borges abandonou Miguel por se apaixonar por Antônio Feitosa. Casaram-se 6 meses depois, restando ao abandonado horas escuras e um pesar que parecia interminável. Ao ser deixado, Miguel gritou, esbravejou, implorou a sua amada que ficasse, que a amava mais que tudo, que faria até o impossível e ela foi irredutível. Estava apaixonada por outro, me esqueça Miguel, siga sua vida!
_Não há mais vida, ele a disse por final. Assim se falaram pelo que parecia a última vez.

Lorraine foi agarrar sua felicidade e Miguel se arrastou pelo tempo, chorando, mal comendo, pouco falando, carregando aquele pesar como uma cruz. Até que, aos poucos, foi voltando ao rapaz calmo e alegre, embora sem aquele brilho e vitalidade típicos da juventude.

Foi Lua Clara que lhe iluminou de novo a vida, jogando seus raios de amor com resignada paciência até lhe amolecer a couraça da desilusão. Começaram a namorar e ele parecia finalmente feliz depois de todo esse tempo. Faziam planos, piqueniques e eram a coqueluxe da cidade. "Que casal bonito!" "Ah, Miguel, como é bom te ver assim!"
E os dois seguiam de mãos dadas e corações cheios.

Lorraine ficou sabendo das boas novas e se disse aliviada, enfim ele me esqueceu. Mas aquilo mexeu com seu ego, pois perdera o posto de para sempre amada. Estava feliz como Senhora Feitosa, sim. Mas ter um eterno apaixonado era um luxo que acostumou-se a ostentar.

Mesmo se a cidade fosse grande, é certo que o mundo é pequeno e os ex-namorados acabaram por se encontrar casualmente. Miguel voltava para casa pelas margens do bosque e Lorraine saia da casa de uma tia. Pararam, se olharam e ele concluiu que a educação era suficiente para segurar a pontada da dor que andava esquecida.
_Bom dia, Lorraine!
Sem calcular a medida da maldade, ela se armou de seu melhor sorriso, aquele que sempre o fez fraquejar nas pernas:
_Bom dia, Miguel. Que bom te ver!
_Digo o mesmo. Como vai?
Sim, ele ainda se abalava, mas um pouco menos do que ela esperava.
Conversaram um pouco sobre amenidades, as famílias e o cotidiano. Como ele ameaçava se despedir, ela não pode perder a chance e provocou:
_Soube que você está namorando e incrivelmente apaixonado.
Conhecendo bem aquele tom, ele fechou a cara e foi sutilmente ríspido.
_Sim, estou muito bem com ela. Espero que você e seu marido estejam felizes.
_Ah sim, obrigada. Não vês, Miguel, eu te disse...
_Perdão... como assim?
E com um afetado jeito debochado, ela falou:
_Eu te disse que você estava exagerando quando terminamos. Que dramático você me dizer "não há mais vida"!

Muitos nunca se conformaram de só poder imaginar o início dessa conversa. O desfecho virou um clássico da cultura local que cada testemunha tratou de acrescentar detalhes exclusivos. Enquanto esganava Lorraine, Miguel gritava enlouquecido palavras confusas. Entre elas, puderam entender "como ousas, vil desalmada" e a promessa de que ela iria conhecer o inferno. Muitos diziam que foram proferidos os nomes mais feios do mundo. Era mesmo difícil entender algo com ele aos berros, ela grasnando e outras pessoas que gritavam em vão que ele a largasse e, ao não conseguir, "socorro, acudam!" Foi com a força de quatro homens que livraram Lorraine da morte e Miguel da cadeia.

Quando os separaram, Lorraine custou a respirar, mas juram que haviam um quê de sorriso em seus lábios. Ao desistir de se queixar com o delegado, parecia ter algo a mais que bondade em seu gesto nobre.
Arrasado e jurado de morte, Miguel arrumou suas malas e fingiu não ouvir as acusações que lhe gritavam. Profundamente envergonhado de si, procurou Lua Clara esperando sua condenação, mas ela ouviu toda a história e, muito calmamente, juntou uma trouxa e segurou a mão do amado. Nunca mais foram vistos, mas por cartas mandava sempre boas notícias.

Lorraine ficou famosa na cidade. Alguns diziam ver as marcas das mãos de Miguel em seu pescoço por anos, outros diziam que a violência do amor lhe engrandecera. O certo é que a paixão violenta lhe deu status de musa, e até seus netos a olhavam com uma admiração nova quando ouviam a história. De vez em quando, a viam pensativa e suspirando "coitado", mas ninguém lhe pedia explicações. Sua alma dramática fora alimentada por uma vida e sua plenitude não podia ser descrita por palavras, apenas percebida com o olhar.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Lavoro

Texto abaixo da imagem




* Se a maioria das pessoas estão infelizes num ambiente de trabalho, podemos culpar pelo menos um pouquinho o ambiente de trabalho?! Acho que sim, hein?!

* Um jornal e um bloco de perguntas dos telespectadores respondidas por uma dotôra adevogada. Por que estão substituindo a dotôra, se ela é bonita e respondia direitinho? (Cochicho público: A dotôra era amante/namorada/sei lá o quê do chefão, mas ele voltou pra esposa e ela e-xi-giiiiiu que a dotôra saísse do ar).

* NOJO desse lugar, mas falta coragem pra sair daqui. Porque: 1 - eu sou de câncer. 2 - eu posso ter nojo do estado inteiro. 3 - eu sou covarde e preguiçosa, so sorry. Mas ao escrever, parece que criei um pouco de coragem. Vou começar a especular então. Agora vou voltar a trabalhar. Inté.