segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quase maio

Está mais forte o sentimento de que há mesmo uma força universal que me protege. Confio, confio. Ora em Deus, ora no cosmos, ora no destino... Mas sempre confio. E essa força universal se manifesta sempre através da minha mãe. Ela tem todo o direito e razão de brigar mais comigo, mas me apóia e me tira de cada sufoco! Não sei o que seria de mim sem ela.
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Mãe, se você ler isso aqui, muito obrigada por existir!
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E continua minha busca por equilíbrio, principalmente na balança. Fiz um regime que todo mundo faz numa boa, mas eu não podia, claro... Passei mal horrores e continuo meio intoxicada. Não era nada radical, tipo só comer acerola e lanranja. Proteinas, gente, só proteinas.
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Depois do fracasso desse método, volto à batalha diária de saber comer de uma maneira decente que não me engorde e, de preferência, me ajude a emagrecer. Vou dançar em junho com a barriga de fora, socorro!!!
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E gente, não precisa me sugerir fazer exercícios físicos. Eu faço o que eu posso, e tem sido pouca coisa por causa do joelho. Não vamos entrar em detalhes. Eu era uma feliz rata de academia antes da ladainha fêmuro-patelar.
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Enfim, mais uma semana começando e tentarei manter o bom humor que acordei hoje. Preciso colocar umas coisas em dias, consertar a balança, lavar o tênis, comemorar aniversários e esperar as decisões que não me cabem mais. Mas acho que vai dar tudo certo.
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Boa semana, meu povo!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Onde vende Bom Senso?

Eu tenho que aprender a encarar um fracasso como apenas um fracasso, e não como a falência total como pessoa e da vida inteira. Eu sei que eu sou muito dramática. Eu tô tentando mudar, gente, eu juro!

Hoje a noite, daqui a pouco, as alunas do Inter II da Dança do Ventre apresentam coreografia própria pra comemorar o fim das aulas e o início dos ensaios pro Festival. Não era obrigatório montar essa coreografia, e eu fui uma das mais entusiasmadas com a idéia. Só que eu não consegui.

Aí eu poderia me dar um desconto porque estava enlouquecendo com outras coisas importantes e não tive paz de espírito nem inspiração suficientes e tudo bem eu não fazer essa coreografia. Estou tentando me convencer disso e ainda tenho 1h e 10 minutos pra conseguir.
Ninguém tem idéia do quanto é cansativo ser eu.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Acordo

Ela se olhou no espelho do elevador e retocou o batom. Precisava parecer um pouco mais alegre, precisava tornar a máscara da mulher bem resolvida convincente. "Sem ressentimentos, Marco Aurélio, sem ressentimentos. Claro, podemos ser amigos", repetia mentalmente a frase para ver se poderia se tornar um pouco mais verdade.

Mas era impossível não ver que Nara estava triste. Subir de novo naquele elevador era doído demais, e não fazia idéia de como seria ir até o sétimo andar, parar em frente ao 704 sem chave e tocar a campainha. Lembrou-se do dia em que ele lhe deu a cópia da chave, lembrava de ter entrado ali nos braços dele, das sacolas semanais de supermercado, das vezes que tocava a campainha pelo simples prazer de levantar a dúvida do "quem será", lembrava de tudo.

Parou à porta e pensou em descer correndo as escadas, mas respirou fundo e tocou a campainha. Nada. Tocou a segunda vez desejando ardentemente que nada continuasse, mas ele veio correndo e abriu a porta de toalhas. Ficou surpreso ao vê-la. "Você?", a expressão de total desentendimento era pior que uma surpresa desagradável.

_Você esqueceu?

_Ah, desculpe Nara, a gente tinha marcado?

Aquilo doeu mais que a separação. Marcaram há uma semana o encontro para assinar os últimos papéis que diziam deles marido e mulher. Ela passou a semana se preparando para isso, duas sessões de terapia, conversas de apoio com os amigos, artigos de revista e até um programa de tv que achou encorajador. E ele esqueceu.

Falando muito baixo para não demonstrar a confiança desmoronando, ela disse muito baixo:

_Os papéis.

Ele bateu na testa e pediu mil desculpas: Entre, entre.

Sentou como visita naquele sofá que ela comprara enquanto ele se apressou para vestir uma roupa. Devia estar entrando no chuveiro quando ela chegou, pois estava suado e com o cabelo em rebeldia.

Voltou pouco depois com uma bermuda e camisa amassada. Sempre tão desorganizado, como estaria se virando sozinho? Olhou ao redor e viu que a sala estava impecavelmente arrumada. Tinha um cheiro bom. Seus objetos estavam nos mesmos lugares. A decoração era exatamente a mesma e Nara imaginou que ele sempre gostou mesmo daquilo tudo e por que desmancharia uma sala tão bonita? Devia servir para encantar as mulheres que ele levava para lá. Seu apartamento virou um matadouro. Vacas, piranhas, cachorras... as imaginava entrando ali e aceitando um drinque. Ele falava qualquer coisa que ela não estava ouvindo, separando os papéis de uma pilha... a rescisão de contrato com o banco, a transferência do carro que ficara para ela, o acordo sobre o apartamento, algumas correspondências sem importância, um financiamento de uma chácara que ele agora iria assumir... enfim, o fim.


Ele juntou a pilha e colocou na mesinha na frente dela. Saiu para buscar uma caneta, ainda tão desconcertado com a presença dela ali que não achava nada com facilidade. Ela perguntou, tentando ser casual:

_Não está trabalhando hoje?

Ele ficou ainda mais perdido. _Me atrasei agora à tarde, daqui a pouco vou lá.

Ela não teve o trabalho de imaginar com que ele se atrasara, tinha mais coisas para sofrer no momento.

Quando finalmente tinha a caneta e Nara se preparava para assinar os papéis, ouve uma voz lá de dentro: _Amor, viu meu celular?

E uma jovem estonteante entra pela sala seminua e ainda suada. Pior que o choque de ver o motivo de um atraso para o trabalho foi ver a intimidade que ela tinha na casa. Procurava nas gavetas e por cima da mesa, quando entrou no sofá, viu Nara e fez aquela cara de "Ué?". Marco Aurélio perdeu a cor. A moçoila pediu perdão, que não sabia que ele tinha visitas, que voltaria ao quarto, com licença, até logo, tchau.

Nara estava estática. Teve medo de começar a chorar, mas não precisou se controlar. Era um baque surdo que atingia seu estômago e a deixou paralisada. Levantou devagar e andou pelo ambiente. Não tinha notado os porta-retratos com o novo casal. Foi à cozinha e a comida era toda light diet naturella. Dela. Um batom jogado, uma bolsa ao acaso. Ela morava ali.

_Me desculpe, Nara, eu não queria que você tivesse visto isso. Não queria magoar você, poderia ter sido mais sutil.

Ela escorregou numa cadeira e falou: Tudo bem.

Ele se apressou: _Toma uma água, vai te acalmar, me desculpe.

Deu a ela o copo gelado e correu ao quarto, não para brigar pela inconveniência, mas para falar desculpa amorzinho, pensei que fosse ser mais rápido, te deixei esperando, beijinho, beijinho, já volto, te amodoro princesinha.

Encontrou Nara de pé no meio da sala de estar. Tinha uma faca na mão.

_Calma, Nara! O que é isso! Você não vai fazer nenhuma loucura, não é?

Ela indicou com a faca uma poltrona: Senta aí.

Trêmulo, ele obedeceu.

Ela pegou um objeto na estante. Caro, refinado, de bom gosto.

_Eu comprei isso aqui.

E pá, no chão. Ele tremeu e falou: Narinha, o que é isso?

_Narinha é sua avó e você vai ficar calado.

Pegou outro objeto e de novo pá. Pá pá pá pá pá. A estante inteira.

Ele quis correr, mas teve medo.

_Você deu uma desculpa esfarrapada de crise existencial pra acabar um casamento de oito anos e tem uma vagabunda da minha casa? Desfrutando da decoração que eu fiz? Do conforto do meu lar?

E destruiu a sala numa velocidade assustadora, quase ninja. Marco Aurélio correu pra acalmar seu benzinho assustado e pensaram em ligar para a polícia, mas ela tinha cortado o fio do telefone. O porteiro, mas o fio do interfone também.

O celular dele estava mais perto de Nara, era muito arriscado. O dela ela não achou.

Nara encarou o casal e mandou: Sentem aqui e fiquem quietos. Suas vidas não correm perigo.

Em pânico, obedeceram.

Ela foi à cozinha e quebrou tudo o que pode lembrar que ela mesma comprou, os pratos que lavou durante anos, a panela de fazer a farofinha do maridinho virou aço inox pela janela!

E quebrou no banheiro, no quarto e corredor tudo que ela tinha posto ali para decorar e ser útil ao lar feliz que achava ter construído.

Deixou o resto porque estava mesmo velho, e ela não queria mais os lençóis que dormiram abraçadinhos e não queria mais nada além do dinheiro dele. Uma viagem, uma lipo, um amante. Ele ia pagar tudo, jurou.

Voltou à sala ele estava explicando para o 190 o que estava acontecendo. Ela pegou o celular dele e jogou pela janela. Ainda viu de relance que a foto na tela era dos dois juntinhos.

_Escute aqui, imbecil: eu não assino papel nenhum e você agora fala com meu advogado. Prepare o bolso. Quero até o último centavo.

Saiu batendo a porta e teve uma crise de riso no elevador. Foda-se a terapia, foda-se o consolo dos bons amigos. Ela agora era vingança, ganância e sede de viver. Isso merecia um Bloody Mary. Libertador.


*texto de outubro de 2007. Reencontrei por acaso. Minha tia adorou =)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Semana Santa

Paulo Biagi, coordenador do programa Brasil Sem Homofobia, morreu ontem em um acidente perto de Sobradinho, entorno de Brasília. Para fazer uma nota divulgando o ocorrido, fui pesquisar sobre Biagi e achei o site da campanha. Tem um formulário que você pode assinar em apoio ao Projeto de Lei 5003/2001, que torna a discriminação crime. Apoia? Vai lá: http://www.naohomofobia.com.br/

Ando meio cansada das idas e vindas absurdas de Lost, mas o episódio 12 da 5a temporada realmente prendeu minha atenção e fiquei tensa mesmo depois que acabou. O roteiro complicado me cansa um pouco, mas ainda tira meu fôlego.
Medo, medo do Ben. O cara não presta, mas é tão power convincente que lá vai a negada atrás dele de novo. Agora tô esperando o episódio 13, claro.


Chocolate terapia, banho de lua, seriados, sono, sonhos, amigos, família, festas, álcool, frutas, bacalhau, cinema, televisão, conversas, livros, pesquisa médica, possíveis soluções, problemas, descanso e um pouco de trabalho. Sim, foi um ótimo feriado.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Acostumada com os parasitas do trânsito, principalmente numa segunda-feira de manhã, vi um carro à minha frente hoje que dirigia como o meu ideal. Ok, o carro não dirigia, mas todo mundo entendeu. Por coincidência, o tal carro fazia o mesmo percurso que o meu e foi abrindo os caminhos (porque aqui ninguém lembra de não fechar cruzamentos). Maravilhada, pensei: "obrigada, amigo!" e enviei um monte de energias positivas, até me questionar: "Será homem?" Era.

Logo depois, um carro atrapalhava todo mundo fazendo curvas erradas e freando em momentos impróprios. O preconceito provoca: "aposto que é mulher!". Sim. Mas um detalhe mudou tudo para mim: ao lado dela, um cachorro operado. Um simpático rotweiller com aquele imenso cone na cabeça.


Enquanto um homem esperto cruza com destreza as ruas da cidade, uma amiga leva com um cuidado atrapalhado um cachorro para casa. Entre os dois, tô com você, amiga!

A semana começa com uma ótima notícia: Débora Secco está proibida de fazer novelas até 2010! Isso porque a moçoila tá reservada aí pra uma novela mais adiante. Sei que um ano é pouco, mas já é um alívio. A atriz está entre os mistérios do mundo que eu, provavelmente, jamais entenderei. Péssima atriz, papéis chatos, não passa nem perto de ser uma beldade da beleza, incentivando cada vez mais a magreza extrema... Então por que, por qual razão a dona tem espaço na mídia? Vai enterder esse povo brasileiro...


E por falar em novela...
No Brasil, é cult ver seriados gringos, mas é brega ver novela. Quando entrei na faculdade de Comunicação, morria de medo de falar de gosto de novela. Mas logo tomei coragem e assumi que sim, eu adoro um bom folhetim. Mamãe, que é doutora em Artes, defende a novela e fala que é seu o momento de higiene mental.
É graças à Caminho das Índias que me sinto mais participante da sociedade. Depois de muito tempo excluída por não ver Duas Caras, A Favorita e Big Brother, voltei a opinar nas rodinhas de conversa quando Raj e Maya entraram no ar. Não adianta nada saber de política e economia quando não se faz idéia do que é uma firang.