quarta-feira, 28 de outubro de 2009

The roof, the roof is on fire!



Eu sei que não tenho mais idade (e que sou preconceituosa com a minha idade), mas adoro sair pra dançar. Me descabelar, suar, me acabar na pista, céus, é bom demais. Tenho feito pouco isso por 1014 motivos, mas isso não vem ao caso agora.

Na época aurea de sair pra balada, quando eu era mais nova e ainda precisava mostrar a identidade pra provar que tinha mais de 18, nenhum lugar era mais legal que o Café Cancun aqui de Goiânia, no shopping Flamboyant. Animadíssimo, lotado de gente bonita, camarada com os pobrinhos que chegavam mais cedo pra pagar mais barato.

O dj tocava as "bombadas" do rádio e, de repente, uma rumba invadia o ambiente, os garçons subiam no balcão e se formava uma fila da tequila. Todo mundo entrava no trenzinho e passava abaixando pela cordinha (é, você tinha que fazer por merecer a tequila grátis!).

Foi nesse ambiente que me diverti demais, subi nos puffs pra jogar Birinight pra bocas abertas, dancei salsa quente com estranhos, beijei alguns, fugi de chatos, tomei porres inmemoráveis... Teve uma época que os seguranças perguntavam por mim se vissem uma amiga sem minha companhia por lá.

Ah, bons tempos...

Hoje, há muito afastada do Café, me deparo com a notinha numa coluna de jornal:
"Depois de muito sucesso nos shoppings Flamboyant e Buena Vista, a boate e restaurante Café Cancun não resistiu à concorrência e baixou as portas. A noite goianiense lamenta!" jornal Diário da Manhã.

Não resisti e mandei uma resposta indignada:

Olá!
Eu sou do tempo que o Café Cancun "bombaba" no Flamboyant. Adorava a boate lá! Mas depois que passou pro Buena Vista, a qualidade só caiu. Tentei continuar frequentando, mas não dava. Uma mania tenebrosa da boate: deixar a fila se alongar só pra parecer que tinha mais gente. Nessa, o horário da cortesia passava e o desconto não valia mais. Sacanagem, né? O dj era desatualizado, mau humorado e não se importava se a música que tocava animada a pista ou não. Ficava lá de braços cruzados e cara de mau. Por isso parei de ir lá.
Depois, ouvia comentários que só ia puta por lá, mas isso eu não sei. Mas achava estranho passar lá e sempre ter carro de polícia.

Então, se o Café Cancun fechou as portas, não foi por não aguentar a concorrência, mas por sacanear o público e não manter a qualidade. Falência merecida.


Lá em cima, foto de 10 de maio de 2005. Não encontrei uma foto da época do Café, já que nem câmera digital eu tinha (o mundo já foi pior, hein?). Mas essa com o Luiz é um bom exemplo de foto na balada. Desenterrada de um antigo fotolog, num post que eu comentei "Luiz, o Felipe, eh a melhor companhia que se pode ter em boates, festas, shows e coisas afins. Tbm eh otima companhia pra tudo mais e ate mesmo pra nada". Graças a Deus, perdi essa mania de escrever "eh". O vestido da foto e o amigo eu ainda tennho, ainda bem! =) Já do Café Cancum, ficou a saudade...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Palafitas



As pessoas sonham com um lugar assim, mas quem mora lá não está realizando sonhos. Vivem, simplesmente. A casa foi construída para suportar os alagamentos de verão, e o planejamento exagerado do velho Ern só deixou a vista mais bonita e uma impressão falsa de fragilidade. 80 anos de pé e três proprietários. As águas da praia abaixo do morro só fazem o som constante que embala a vida por ali, sem nunca terem subido pra perturbar ninguém.

Billy, o marido de Marie, comprou a casa do filho do velho Ern. Tinha morado ali a vida inteira e quis ficar mais perto dos netos na vila quando estava pra morrer. Agora já faz 30 anos que o casal envelhece ali. Ele se distrai cortando madeira de dia e vê o noticiário à noite. Ela começou a costurar depois que se aposentou do hospital. Era enfermeira e viu muitas dores, mas também embalou muitos sonos tranquilos e transmitiu a paz de maresia que embargava seus olhos aos libertos da maca. As aposentadorias cobrem as contas básicas e sobra um tantinho pra uma poupança que Billy gosta de engordar aos poucos. Com o troco que ganha costurando, Marie acabou de comprar uma namoradeira nova para a varanda do lado. É dali que ela escuta as histórias que Billy traz da cidade e ri dele reclamando da política.

Os dois filhos foram morar no continente e mandam presentes engraçados para facilitar a vida dos dois. Um cortador de legumes automático, uma furadeira mais leve e mais rápida, tocadores de música, câmeras e fotos, as únicas coisas que saem dos embrulhos para enfeitar as paredes de madeira.

Um dia desses, andando na praia, o casal recebeu uma proposta de venda milhonária da casa. Um grupo empresarial de renome ofereceu o sonho de construir ali um hotel paradisíaco, com piscinas gigantes, quartos monumentais e serviços refinados. Marie não ouviu direito, estava olhando um barco a vela que passava na linha do horizonte. Billy agora se diverte esticando o prazo pra pensar e prometendo um dia ir jantar na vila com o empresário, um menino magrelo que parece sempre sufocar pelo nó da gravata de seda.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pra ver

Com a grande repercussão do caso de sangue e penas na pracinha, posto aqui algumas fotos da cena do crime e da Belinha como coisa fofa da mamãe. Queria fazer legenda em cada foto, mas a configuração aqui ficou estranha e não consegui.





segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Ê menina, você anda preguiçosa, hein?"
Isso a tia Isabel tinha me dito faz tempo, e eu nem melhorei. Mas não é preguiça de escrever, é que ando achando meu texto meio "nhé". O que é isso? Bem... não é que ele esteja ruim, mas falta aquele toque especial, aquele feeling, a pegada textual. E é por isso que ando passando pouco por aqui. Mas vou me esforçar mais, quem sabe o tal tchan-nan-nan do texto volte com a frequência da escrita, né? Veremos.
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"A pombinha está morrendo... Coitadinha!" (moradora da Vila dos Alpes)
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Ontem fiquei surpresa porque Belinha matou uma pomba na pracinha. Causou uma comoção geral, ficamos com imagens de monstros selvagens ou mal educadas (eu por tabela, dona da criatura mortal). Mas fiquei pensando... Ninguém deveria se surpreender. Gente, cachorro é quase um lobo, o ser humano que fica achando que o bichinho é de pelúcia e é só a coisa fofa da mamãe. Caso eu estivesse sozinha com Belinha e as pombas gordas que sujam a cidade, teria morrido de nojo e repulsa, mas ia deixar a caçadora comer a caça. Afinal, ela mereceu! Correu, foi mais esperta, usou os instintos e abocanhou a presa. Mas quando eu me assustei e gritei, ela soltou a moribunda e ficou me olhando com cara de "ué".
Capaz que ela achou que eu ia ficar feliz. "Olha mãe, peguei um jantar gostoso pra gente". Porque cães caçadores (acreditem ou não, Belinha é naturalmente especialista em pegar texugos alemães e, aqui no Brasil, pacas) não destroem a presa com a mordida. Entregam fielmente ao dono e esperam o seu bocado.
Mas, por convenções sociais, deixamos a cena do crime desrespeitando aquela lei da selva que diz que o caçador só abate o que for comer (ou coisa que o valha).

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pedro fez a cirurgia, foi tudo bem! =) Agora é paciência na recuperação.
Eu tô meio fora do tempo, amanhã volto a trabalhar e devo voltar ao normal. Como dizem no twitter, é isso!

domingo, 4 de outubro de 2009

Me irrita MUITO quando eu tô tentando escrever e alguém insiste em conversar comigo. Se eu tô respondendo só humrum significa que eu não quero conversar, ok? Deletei o texto anterior, não tava "fluindo" (ui).

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Não sei no que vai dar as Olimpíadas no Rio, mas me emocionei com a divulgação do resultado. Acompanhei ao vivo, torci e vibrei. Sentimentos coletivos e nacionalistas realmente me tocam. Espero que seja muito bom e espero estar lá!

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Pra informar: meu irmão quebrou a cara (levou um chute de capoeira). Esperou desinchar e vai operar amanhã pra colocar o zigomático no lugar (o osso mais alto da maçã do rosto). Tá tudo bem, ele tá bem, ficou em casa esperando e é provável que fique só um ou dois dias no hospital. Depois, vai ficar um tempo em casa se recuperando. Tô avisando porque sempre acho que quanto mais gente torcendo por ele, melhor.