terça-feira, 22 de abril de 2008



Escolhi tanta roupa bonita que nem usei. Outras, usei mais do que planejava. Tracei roteiros e fui por outros. Pensei em pessoas e encontrei outras. As horas se arrastaram e, é claro, correram no final. Perdi muito tempo e nem deu tempo de fazer o que pensei. Fiquei triste e alegre, pra depois concluir que estou feliz por ter ido. Essa é a história de uma viagem recente, mas pode ser de uma vida inteira. Porque altos e baixos, surpresas e decepções, erros e acertos só me parecem a descrição do que é a vida, com a ressalva de que sempre vai valer a pena.

sábado, 19 de abril de 2008


Acho que todo mundo, mesmo que nao confesse, tem um pouco de medo e desejo de se tornar como os pais. Eu, pelo menos, sempre tive. Os acertos viram modelos, mas alguns erros me fizeram temer: será que eu vou ser assim? Como se fosse algo obrigatório, uma metamorfose da qual eu náo poderia escapar por ser filha de quem sou.
Hoje, adulta e vacinada, posso me perdoar por náo ter herdado as super qualidades e posso me parabenizar por vencer o determinismo dos genes e náo, náo ser igual. Ufa!

terça-feira, 8 de abril de 2008


Tem dias que eu me sinto rasa, não tenho nada a dizer. Nem escrevo aqui. Não é falta de inspiração, é só... vazio, seco. E me preocupo um pouco, mas nem tanto. Sei que essa tal "expressão da alma" é algo inevitável pra quem tem. Uma hora ou outra vem. E no meu caso, vem como uma avalanche, como se fazer isso fosse a coisa mais importante do mundo. E é. Toda forma de expressão verdadeira que eu encontro é a maneira mais clara de me sentir viva, vibrante. Pode ser um belo texto, uma idéia, a nova disposição dos móveis, um conselho bem dado, um afago, o suheil na ponta do pé (ok, é um passo da dança do ventre).

E foi por isso que parei o carro em locais não apropriados hoje, sozinha e com uma máquina digital nas mãos. Não sei se era muito indicado. Mas eu não podia perder esse pôr do sol.

ps: recomendo clicar ali no link da legenda da foto.

quarta-feira, 2 de abril de 2008


Peço perdão aos outros, mas hoje o dia é meu. Nem aniversário nem mudança de vida. Um dia comum, como outro qualquer, que eu peguei pra ser meu. Hoje eu não vou me importar com a quantidade de água que eu preciso pra fazer aquela massagem esfoliante deliciosa. Não quero saber mais detalhes daquele caso sórdido de uma criança morta. Também não vou me preocupar se estou sendo injusta em bater o pé e me recusar a fazer isso ou aquilo. Hoje não, dá licença.

Declaro que hoje é o dia de amor a mim. Cuidado a mim. Mais que todos os outros. Dei sorte! O pessoal aqui de casa soube antes de mim que o dia é meu e me deixaram espaço. Música alta. Sapatos jogados. Incenso e perfume sem alergias.

Mesmo com a obrigação de passar um pouco do meu dia com os outros, não darei a mínima chance. O mau humor de um e outro é problema deles. O trânsito caótico, as cotações do mercado, a burocracia e atraso da sociedade podem me afetar, mas nunca me atingir. Porque passarei flutuando sobre o cotidiano cinza que o mundo insiste em instituir. Com minhas cores e flores, vou viver esse dia sem a obrigação de ser paciente com quem encontra motivo pra só reclamar e nunca fica admirado com aquela nuvem no céu.

E quem sabe, no fim do dia, eu esteja um pouco mais perto de descobrir como se faz para acordar todos os dias com essa facilidade em ser feliz.