quarta-feira, 2 de abril de 2008


Peço perdão aos outros, mas hoje o dia é meu. Nem aniversário nem mudança de vida. Um dia comum, como outro qualquer, que eu peguei pra ser meu. Hoje eu não vou me importar com a quantidade de água que eu preciso pra fazer aquela massagem esfoliante deliciosa. Não quero saber mais detalhes daquele caso sórdido de uma criança morta. Também não vou me preocupar se estou sendo injusta em bater o pé e me recusar a fazer isso ou aquilo. Hoje não, dá licença.

Declaro que hoje é o dia de amor a mim. Cuidado a mim. Mais que todos os outros. Dei sorte! O pessoal aqui de casa soube antes de mim que o dia é meu e me deixaram espaço. Música alta. Sapatos jogados. Incenso e perfume sem alergias.

Mesmo com a obrigação de passar um pouco do meu dia com os outros, não darei a mínima chance. O mau humor de um e outro é problema deles. O trânsito caótico, as cotações do mercado, a burocracia e atraso da sociedade podem me afetar, mas nunca me atingir. Porque passarei flutuando sobre o cotidiano cinza que o mundo insiste em instituir. Com minhas cores e flores, vou viver esse dia sem a obrigação de ser paciente com quem encontra motivo pra só reclamar e nunca fica admirado com aquela nuvem no céu.

E quem sabe, no fim do dia, eu esteja um pouco mais perto de descobrir como se faz para acordar todos os dias com essa facilidade em ser feliz.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olha que me considero feliz, mas fiquei com uma inveja desse seu dia...

Beijo :)

José Luis de Barros disse...

Me lembrou duas músicas do engenheiros que tem esse teor

outono em porto alegre

"nem tudo está´perdido, nem sinal de pedra no peito.O horoscopo do jornal arriscou um belo dia. liguei o radio na hora certa era a canção que eu queria"

e outra parte que ele fala " o mundo fica pra outro dia, andar por ai era tudo que eu queria"

bjo