No consultório da dentista, depois de uma bronca pelas cáries, a menina se perguntou: "O que será que dá cáries?" Não era uma pergunta para a dentista, para se precaver do problema, muito menos uma ironia, afinal, era tão novinha. "O que será que dá cáries", como até hoje se pergunta "o que será que causa o câncer, como surgiu a humanidade, exise vida após a morte?".
A dentista, a mãe e uma platéia imaginária riram da menina e alguém respondeu: "Ora, comida!". Como se fosse óbvio e pode até parecer hoje, depois que a menina já viu tanto comercial de creme dental e já conheceu outras tantos médicos de dentes.
Surpresa e ofendida, ela aceitou a resposta sem mais questionamentos. Hoje é capaz de entender um pouco mais sobre o mundo adulto e como seria difícil alguém ali reconhecer talvez seu primeiro momento de interesse pelas ciências e por todos os outros mistérios. Porque ela não se surpreende mais de se perguntar tanto sobre tanta coisa, de buscar muitas respostas, de achar algumas e encontrar cada vez mais perguntas. Ela sabe que é bom viver assim.
Um comentário:
já deu o endereço da sua casa?
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