domingo, 10 de agosto de 2008

Morreu a minha paixão
Causa incerta
Talvez foi fraqueza
Parecia forte e robusta nos primeiros passos
Mas as pernas eram de vidro

Talvez inanição
Com a abrupta interrupção da fonte f'ácil do cotidiano
O que vinha crescendo tropeçou e caiu no chão

Quem sabe foi choque
Quando os sonhos encontraram a realidade
A distância entre eles pareceu infinita
E nenhuma flor me convidava a percorrer o caminho

Minha paixão morreu e me deixou saudades
Não de quem eu queria
Mas da força de querer
Dos sonhos bonitos e das poesias que poderiam ter nascido

Se posso pedir algo
E se posso ser sincera
Queria mesmo esterelizar esse terreno fértil que chamo de coração
Que a última que morre não mais nasça

Eu sei que é bonito acreditar
Até recomendo... aos outros
Mas confesso que estou cansada
Tudo que não vivi só me deixou velha

O pior da morte dessa paixão não é o desperdício de algo puro e bonito
Não é a cegueira de uma parte
Nem a fantasia que se rasgou
É essa conclusão insistente que o bom senso me sopra nos ouvidos:
Foi bom morrer o que nem deveria ter nascido

4 comentários:

Sassine disse...

que trem bonito...

Anônimo disse...

Assim... eu sempre lamento as pedras que machucam os amigos, mas também reconheço, me rendo e até me sinto grata quando vejo que eles conseguem transformar isso em algo bonito. Nem todo mundo tem esse dom, você sim. Gostei muito.

Anônimo disse...

Lembrei de um autor cujo trabalho talvez lhe interesse:

http://bardosaci.zip.net

Beijo!

José Luis de Barros disse...

lindo.. lindo ..lindo....porem " as ruínas são restos mais não do que acabam e sim do que morre pra recomeçar"

bjo prima!!!