terça-feira, 22 de julho de 2008

Goiânia, 22 de julho de 2008

 

Eu queria ter tirado uma foto do céu hoje para te mandar, mas na última hora acabei não colocando a câmera na bolsa. Você uma vez comentou que, no Brasil, não se via céu como se vê na Europa: de um azul límpido e uniforme, que fica lindo nas fotos. Mas só hoje reparei que nesses tempos que a secura assola o Cerrado, o céu é igualzinho ao cenário europeu.

 

Saudades daí. Saudades dos dias em que tudo era encantamento e novidade. Dos dias que eu me perdia e ficava feliz com as novas descobertas dos caminhos inusitados. Saudade de querer ir mais longe para ver mais, para viver mais. Por que por aqui eu só gosto dos atalhos? Em casa, perco o gosto por longas caminhadas. Caminhos conhecidos ficam menos interessantes. Sei que é injusto, mas é assim ou, pelo menos, tem sido assim.

 

Saudades de você. Do seu jeito direto de me mostrar que eu tô fazendo drama com coisas à toa e esquecendo os dramas reais. Você faz falta nos dias que eu só quero reclamar que a vida tá foda e pronto. Reclamar um pouco e rir muito de qualquer coisa absurda que aparecer. Saudade das guloseimas sem culpa que você me convida pra comer. De cantarolar Muse como se fosse a coisa mais normal do mundo. Dos refrões de músicas desconhecidas que você sempre prega na minha cabeça. Do narguile, seja lá como se pronuncia isso. Saudade, saudade e pronto. Você sempre faz falta por aqui.

 

Já peço desculpas antecipadas por tornar essa carta pública. Aproveitei a inspiração que o céu me deu para te escrever e para alimentar essa insistente mania de ter um blog. Usei essa fonte cursiva (e nem sei se a configuração vai se manter) pra dar ao email/post o clima de carta. É mais difícil de ler, mas é mais poético.

 

Agora tenho que justificar (um pouco) o meu (pouco) salário e trabalhar (mas só um pouco). A última comunidade que entrei no orkut foi "Poupo-me", e ela serve principalmente para o trabalho. Deixo para me gastar com intensidade nas viagens, encontros com amigos, músicas dançantes, shows enlouquecedores, camas elásticas, trilhas ecológicas, cachoeiras geladas e tantas outras coisas mais interessantes que o expediente obrigatório de quem bate ponto. Por hora, vou fazendo o necessário.

 

Beijos pra você!

Saudades mil

 

Agatha

Um comentário:

Anônimo disse...

(risos)

Eu volto. Eu quero só repensar o fotolog, colocar umas mudanças em prática.

Falando nisso, adorei a carta, tudo que é - ou parece ser - manuscrito me toca. Cartas, principalmente.

Me deu saudade das que eu ganhei, das que enviei.

Tomara que você receba uma resposta linda do seu(sua) interlocutor(a)

Beijo querida.