segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pequeno stress da vida inteira

Agatha. É tão difícil assim? Á Gê Á Tê Agá Á. Não dá mesmo pra entender? Não tem Y, não tem LL, W, Ü... Só tem um Hzinho ali, singelo. Um simples H. Ainda quero ser neurocientista e provar que a letra H trava o cérebro das pessoas. Não coloquem em seus filhos nomes com essa letra. Se bem que Hommer fica legal...
Eu convivo com as confusões com o meu nome desde que me deram essa alcunha, e até hoje me irrito. Sim, porque quando eu falo e a pessoa não entende, ok. Devo pronunciar meu nome errado. Mas quando eu mando um email e a pessoa responde para: "Aghata", isso me tira do sério. Meu email tem meu nome e sobrenome, e eu ainda assino no final. Mesmo assim, a pessoa responde com o GH. Por que? Será que TH é brega? Aí o pessoal acha mais glamouroso conversar com a Aghata que comigo, Agatha? 
A folha de ponto do meu trabalho vem todo mês para a Aghata assinar. Se ela levar falta, espero que não descontem do meu salário.

Eu gosto do meu nome. É bonito, é forte, e é simples, não? Três síladas, todas com a letra A. E tem um H ali só pra fazer um charme, pra não ficar "a gata" (que seria pretensioso, né?). Mas esse stress com o nome me faz bem. De tanto errarem o meu, eu tento ser mais atenciosa com o nome dos outros, solidária com todos que não se chamam Patrícia, Pedro, Fernanda, Luís etc. Presto atenção no n drobrado de Yasminn, no FH de Rafhael, no Z do Luiz e em todas as criatividades que nossos pais tiveram no cartório. Um dia o universo reconhecerá o meu esforço e abrirá a mente dos seres humanos para Agatha, com TH.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

De tarde

Eu demoro. Pra decidir o que fazer, pra esquecer uma mágoa, um amor, um aborrecimento. Demoro até chegar a uma certeza, mas, quando chego, sei que ela é bem minha. Aprendi a comer rápido demais porque era criticada na infância, mas agora não vou deixar me apressarem mais do que já me atropelaram. Inspira, expira, espera. Calma aí que eu ainda não sei. Vou vendo, depois... Porque eu já tenho que dar conta de muita coisa muito rápido. Pisar no acelerador, fazer maquiagem no carro, torcer para que o sinal feche pra ouvir minha música favorita de novo. Aceito o que acontece, pode passar por cima, vai lá. Daqui a pouco eu vou saber o que aconteceu e me resolvo, não se preocupe. Porque sentimentos não obedecem prazos, horário comercial, dias úteis, demilitações. Aparecem e desaparecem no seu próprio tempo encantado, que vai de milésimos à toda a eternidade. E são sempre esses senhores que vão me governar.